Um pouco de história:
Modelo Cascata ou Waterfall:
Nas empresas que passei, pelo menos a maioria, posso dizer que trabalharam (ou trabalham) com o método cascata para o desenvolvimento de software, que tem seus prós e contras, o problema é que este modelo foi concebido nos anos 70 por W. W. Royce, e consiste na evolução de cada fase do projeto de forma sequencial (Figura 1), vemos na imagem que o primeiro quadrado inicia-se pelo "Requerimento", ou seja, é aquela fase do projeto que demora até meses para ser feita, onde o analista tem que coletar todas as informações pertinentes do projeto e definir os seus requisitos.
Pois bem, uma vez definido os requisitos e fechado o contrato ou a SLA, é montado o cronograma e iniciando a segunda fase deste modelo, a fase do "Projeto", e aí é que geralmente os problemas começam, pois muitas vezes, o cliente ao especificar um projeto não tem nem certeza do que quer, apenas uma idéia, ficando para o analista decifrar tudo o que cliente quer, e quando os requisitos chegam para os desenvolvedores, muitas vezes estes não tem nem contato com o usuário, e tem que se virar com o entendimento baseado nos documentos de especificação, o máximo é uma conversa rápida com o analista, e quando possível.
Outro problema é que estes projetos, são estimados em torno de 3 - 6 meses, e conforme o tempo vai passando, acontece coisas com o cliente e ele começa a esquecer o que foi acordado, sobrando para o pobre desenvolvedor que acaba tendo que refatorar o código para atender a necessidade do usuário, e no modelo cascata não podemos voltar uma fase, conclusão, projetos mal sucedidos, ou atrasados, ou o produto acaba não atendendo o cliente.
Modelo Espiral:
Para tentar acabar com estes problemas conhecidos do Modelo Cascata, em 1988 Barry Boehm escreveu um artigo “A Spiral Model of Software Develpement and Enhancement” , que propõe um desenvolvimento iterativo e incremental que podem chegar de 6 meses a 2 anos,
Vantagens deste modelo:
• O Modelo em espiral permite que ao longo de cada iteração se obtenham versões do sistema cada vez mais completas, recorrendo à prototipagem para reduzir os riscos.
• Este tipo de modelo permite a abordagem do refinamento seguido pelo modelo em cascata, mas que incorpora um enquadramento iterativo que reflete, de uma forma bastante realística, o processo de desenvolvimento.
Desvantagens:
• Pode ser difícil convencer grandes clientes (particularmente em situações de contrato) de que a abordagem evolutiva é controlável.
• A abordagem deste tipo de modelo exige considerável experiência na avaliação dos riscos e baseia-se nessa experiência para o sucesso. Se um grande risco não for descoberto, poderão ocorrer problemas.
• Este tipo de modelo é relativamente novo e não tem sido amplamente usado.
• É importante ter em conta que podem existir diferenças entre o protótipo e o sistema final. O protótipo pode não cumprir os requisitos de desempenho, pode ser incompleto, e pode refletir somente alguns aspectos do sistema a ser desenvolvido.
• O modelo em espiral pode levar ao desenvolvimento em paralelo de múltiplas partes do projeto, cada uma sendo abordada de modo diferenciado, por isso é necessário o uso de técnicas específicas para estimar e sincronizar cronogramas, bem como para determinar os indicadores de custo e progresso mais adequados.
RUP:
Nestes 3 últimos anos especificamente, tenho trabalhado com um híbrido de RUP, e nas minhas experiências não tenho tido o sucesso desejado, vendo a causa pude chegar a conclusão que para uma metodologia desta dar certo não dependendo só dos templates do método e das fases estabelecidas mas da cultura da empresa e das pessoas envolvidas, pelo menos nos locais onde trabalhei com esta metodologia as pessoas trabalham com RUP em uma forma cascata, e RUP pode será ágil, que é o que mostra o artigo RUP Ágil de José Papo em seu blog. Mas mesmo assim, as pessoas tendem a trabalhar com um RUP mais “pesado”, com um excesso de documentação a ser preenchida, onde para cada passo que é dado, é preciso de assinaturas dos envolvidos.
Ou seja, essa situação faz com que as pessoas envolvidas no processo (leia-se cliente, fornecedor, terceiro) acabam entrando em conflito, pois imagine a seguinte situação, eu tenho um determinado cliente que pede uma determinada funcionalidade no sistema DELE, após eu(analista) colher o requisito, eu tenho o trabalho de documentar isso em um documento definindo as fronteiras do sistema, identificando principais envolvidos/interessados e priorizando suas necessidades, e os requisitos funcionais e não funcionais, pois bem, depois de todo este trabalho, antes de fazer qualquer coisa eu tenho que pegar um documento assinado ou email, provando que foi uma solicitação real e será implementada de acordo com a especificação.
É normal que o cliente terá receio de assinar qualquer documento, pois na cabeça dele, ele pensa que se acontecer alguma coisa errada no processo, a culpa irá recair sobre ele por causa deste documento assinado. Isso vai gerando um desconforto muito grande entre os envolvidos, e o atraso é evidente pois para cada passo é preciso da aprovação do cliente, cada fase do projeto é auditada. Então me diga, Cadê a agilidade?
Lembro que estas foram as minhas experiências com RUP.
Será que não tem algo errado nisto ? Por quê muitas empresas utilizam processos de desenvolvimento de 40 anos atrás, sendo que todo ano é publicado o relatório do Caos pela Standish Group International, onde até o ano passado, 1 entre 3 projetos estouram o orçamento,
Foram por causa dessas perguntas que comecei a me interessar por meios alternativos de gerenciamento de projeto, foi quando conheci as metodologias ágeis. E descobri algo que o que realmente faltava nestes processos / modelos / metodologias, e é algo que é o ponto chave em metodologias como SCRUM, é que esta metodologia é centrada em PESSOAS, GENTE, SER HUMANO, agora que as outras não priorizam. Desenvolvimento LEAN. Veja alguns dos principios:
“Indivíduos e interações são mais importantes que processos e ferramentas.”
“Software funcional é mais importantes que excesso de documentação.”
Para uma idéia melhor sobre o que que é manifesto ágil, veja meu outro post Agile Manifesto – Metodologias Ágeis.
E essa descoberta mudou radicalmente o meu processo de pensar, é a solução para todos o problemas? NÃO.
Mas com certeza é um passo muito importante para quebrar o paradigma de desenvolvimento de software tradicional.
Aos poucos vou falar sobre estes processos ágeis, recomendo que você leia as seguintes matéria.
Blog:
Agile Manifesto – Metodologias Ágeis
TDD – Test Driven Development
SCRUM – Uma abordagem prática
Livros:
Agile Software Development with SCRUM
Extreme-Programming-Explained
User Stories Applied
Lean-Software-Development
Hibernate Reactive 2.4.3.Final released
Há 2 dias
1 comentários:
Muito bom esse seu overview !
Acabei de voltar do MC de Scrum que teve hoje na Globalcode com o Juan da Teamware e estava muito bom tbém.
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